Acho a vida como um véu, fino e transparente. Você vê através dele. Apenas vê as oportunidades passando. Os melhores momentos(que passam mais rápido ainda) e os piores que, por ironia, passam devagarinho, nos pertubando com cenas obscuras de um filme de terror.
Os gritos ecoavam pelos cômodos solitários, todos ofegantes. Alguns cantando, baixinho, à beira da lareira quente, em contraste com o inverno congelado. Espremendo-se para conseguir um lugar aquecido. Para simplesmente fugir da frente fria que paira sobre os mortais, com uma nuvem de fuligem, branca e densa.
Tudo se pode mudar em um ato. Como uma mão estendida para um mendigo, ou um protesto contra os males da vida. Mas o pobre ser humano, avacalhado e cansado pela vida que não tem piedade, nao sede nem por um segundo, seu posto, para melhorar a vida do outro. Mesmo que esse outro possa ser sua vida.
Sim, o inverno da vida é triste. Como o rastro de um furacão, frio como a vida que deixa o corpo de um idoso. Mas também alegre, como a noite de natal que faz milhões sorrir ao ver as luzes brilhando no canto da sala, cheia de amor...
Carina Bortolleto - twitter @cabutterfly
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