sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Tempo


O tempo é Deus.

O tempo é tudo,
o relógio
bate 
em 
meu rosto
cada
segundo.

Dói 
levemente
como 
um pássaro
que levanta
voo
quando
você
vai 
tocá-lo.

Ou 
como 
uma lágrima
que 
você
segura
tanto
e
um dia
cai
em
um
pôr-do-sol
chuvoso/
ou 
um cisco
no
olho.

Não se pode
ver
já se foi
ou
nunca
existiu.

Mas
bem no fundo
da alma
você sabe
está lá
esperando
seu
 próximo
passo
ao
silêncio
eterno.

Um grande
 abraço
do tempo
ao 
nada.

Isso
é
a
vida.



Estrela


A estrela
vista
por entre
os
pinheiros.

Folhas 
de
pontas
pinhas
e
por
detrás
da
janela
do 
meu 
quarto.

Atrás
dos meus
olhos
de
vidro
a
estrela
se
move.

Reflexo
alucinação
a
estrela
está
caindo?

Caindo
eu
que
estou
(...)

Brilha
intensamente
e
minha
mente
acorda.

Céu escuro
é
apenas
um
avião.

Me deito
desiludido
no
chão.

Paz


Avistei ao longe
um sonho
que era
meu
seu 
ou
nosso.

Desse sonho
saiu
uma ilusão
que afundou
minha verdade
vaidade
e a 
saudade.

Essa saudade
era do que
não foi
que poderia,
mas estou
preso
a realidade.

A realidade é
maldade
com o mundo,
abusando
sufoca
amarra
devora.

Devora meu amor
coração
o chão
da
paixão
sobra
"paz".

A "paz"
é o fim
de tudo
do
sonho
ilusão
saudade
(...)
realidade
o amor
a verdade
o nada
a paixão.

Enfim,
a paz
é
pra
quem
não
desfruta
do
desejo
de
ser
alguma
coisa.

Preguiçoso


Sou preguiçoso
escolho
um livro
pelo seu
tamanho.

Todos que
não são
acho-os
estranhos
medonhos
impróprios.

Na vida
preguiça
me leva
de qualquer maneira,
uma delícia...

Degusto
do nada
o além
de tudo
que 
a vivacidade
não 
dá.

Sou artista
com preguiça
quase 
não faço
nada.

Não produzo
só recuso
recusando
o que
o dia-a-dia
me atenta
(...)

Arte e preguiça
não tenho
por muito,
tanto 
que
esse 
poema
nem 
fim
eu 
fiz.

Ôntico


Uma dona de casa
lendo um poema
sem entendê-lo
sentindo
o que não
é.

Como se entendesse
por errado
constrói do romance
uma ode
ao que não
era.

Juntava cacos
e ribeiras
besteiras do cotidiano
fazia como seu
o que não
foi.

Mais do que isso
se transforma
no poema 
e
o lema
que bate no peito
um problema:
o que será do almoço?

Bom dia


Acordo antes
de acordar
por ansiedade,
sabem?????

Sono cansado.

Refutado 
a dormir
para trabalhar.

Morto,
silenciosamente
entrando
na engrenagem
do dia-a-dia
sorrindo
falso
falando
nada
e
como
um gesto
de inveja
o telefone
interrompe
a poesia
matando
minha 
alegria.

Sincero


Chego a uma
sinceridade
esplêndida
e nervosa!

Minha alma
reflete
ais
de todo
o sofrimento
ecoado
no
passado.

Estou nervoso
perigoso
e auspicioso,
como 
um caçador
com
a arma
armada
que 
não
sabe
o que
caçar.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Culpados?


Todos dizem:
a culpa é deles!
eles quem?
quem são eles?

Esses pobres oportunos
fingem fingidores
que não sabem,
mas eu
sei.

Somos todos
nós.

A culpa é deles
eles são 
o mal!
A burguesia!

Me desculpem,
mas falar 
em burguesia
é tardio
como o pôr do sol
entre muro
de Berlim.

E dizer "mal"
nesse sentido
é elogio.

Os culpados!
Aqueles lá, sabem?!

Esses meninos
que todos apontam
xingam
cospem 
reclamam,
culpados
da vida
e
da morte
nada 
mais 
são
que:
espelhos óbvios.

Bobagem


O que é alguém
tentando
entender
o que
a alma
sente?

É um vento
fraco
um pássaro
sem asas
uma chuva
sem água
um nada
com nada.

Escute
com atenção
se alguém
tentar
confortar
sua dor
com palavras,
se importe...
mas não se iluda.

Poemas são assim.




Poemas são assim.

Eles vem dançando
ruflando, cantando
perfeitos em sua
singularidade...
e se vão
sem saber.

Eu os perco
os detesto,
mostram e falam
à toa
tudo
tudo
sobre 
mim
e o
mundo.

Poemas,
besteiras.

Agora a escrever
já não sei fazê-los
ou dizê-los
saem tortos
sem afinação
sem inspiração
sem 
nada.

Não quero mais!
Não consigo parar
de escrever...
tá horrível!!!
Feito, sem jeito
(...)
fuçando a sopa
de letras
na lixeira
da alma.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Se


Quando Deus, Todo Poderoso, penetrou seu pênis na vagina do acaso, criou tudo isso, todo esse sentido inesgotável de significâncias, objetivo único de conter a solidão. Tendo em vista, o óbvio conceito de imagem e semelhança do homem (Gênesis 1:26), Deus cria a si para evitar a si, Deus cria seu reflexo perfeito por não suportar a solidão. Então, porque há de deixar nós, filhos, iguais, sozinhos?
E mais ainda, além de tudo, independente de ser mentira ou não, criou nós, por medo ou por amor? Eis a grande questão! Somos então, sozinhos, quando advém, e queremos companhia, por medo ou por amor?
O medo da solidão...ou o amor da companhia?
Deus, deve se questionar inubitavelmente inúmeras vezes dentre esses anos de existência humana, e mais, se o câncer o pegou outrora na velhice e jaz seu corpo por entre milhões de estrelas? Rezamos para um corpo morto?
Veja Deus, o que a solidão me provocou;
Entretanto, o ''se'' não existe, somente a possibilidade de ser.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Mentiras


Pegou
seu
velho
moleton -
enxugou
seu cabelo
cacheado -
parado,
parado
na
estação
de
trem
dizendo:
"ela vêm,
ela vêm..."

o quarto trem,
apenas
o quarto -
nada demais,
atrasos
são
normais -
vai se saber
o que
acontece
com
as
pessoas,
não é?


apenas um atraso,
o que é um instante
para toda a eternidade?

um bom encontro,
direi isso
para
todos.






sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Interpretação


Vivemos, mais do que nunca, na realidade da filosofia. Não interessa saber, mais do que saber, sobre a própria existência. O que me interessa notícias vãs sobre vidas de outros que não sabem de novidades efêmeras(pleonasmo) da minha vida?
Mas, além do presente que já se diz como presente, há algo mais provocante: o interpretar!
Vocês, com suas mentes fracas, leem isso e concordam ou discordam, ou ficam em cima do muro(típico de sabichões) com medo. Muito medo!
Agora, hão de me acusar de ridículo, exibido, ignorante, arrogante, pretensioso, mentiroso, demoníaco! Ou vão me aceitar de braços abertos e dizer que é exatamente isso que pensavam...quanta bobagem!
Seus problemas não me interessam, volto a repetir, e mais, saim já daqui! Parem de ler! Fujam, covardes, para detrás dos seus "Deuses Pessoais"!
Interprete-me como quiser: me obedeça, ignore-me.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Antigo Ano Novo


Não diferente
da arrêta
do ano
anterior
no interior
frente à frente
coração
com outro
que indiferente
provoca
mas
não
se
rende.

Adianta
de quê?
antes eu
oferendar
do que
cedo
me
negar
à
oferecer
a
mercê
off
de
você.

Vai e vai
vem
um pouco
vai-se
de
uma vez
vem
mais
um pouco
vai e vai
foi-se
pigarreando
o antigo
ano
novo.



segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Amiúde me ajude


Felicidade
não é
minoridade
de dor,
é quando
a pessoa
corriqueira
no pesar;
senta
esquiva
esguia
sofre
consegue
amar.

Avacalhado
coração
de
homem,
alarmado
no
interior
envelhecido;
a paz
que lhe falta,
saber mais
que um
Deus
convencido.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Epitáfio de Vida


Esquecermos,
leis físicas
complexos químicos
ciência da psicologia
inconstância da psicanálise
refluxos sanguíneos
filosofias individualistas
sociedade líquida
aquecimento global
corrupção política
literatura moderna
religião morta
música sem sentimento
poesia sem poetas...

pois
ontem,
sábado à noite,
ouvi
o que
sempre
se
pode
ouvir:
"você
me
alegra,
você
me
ilumina".

Pensar;
afinal,
para
quê?

Sentir;
posto
que
é
o melhor
que
se
pode
fazer.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Milagreiro

 
Agora vamos ter os girassóis
Do fim do ano,
E o calor vem desumano...

Tudo irá se expandir
Crescer com as águas
Quiçá, amores nos corações...

E um santeiro,
Milagreiro
Prevê a dor
De terceiros
E diz que a vida
É feita de ilusão.

E um santeiro,
Milagreiro
Prevê a dor
De terceiros
E diz que a vida
É feita de ilusão.

Aquela que um dia o fez sonhar
Se foi com o outro
No dia em que os dois
Se casariam por amor...
Ele aluou.

Hoje o seu pesar
Cintila nos varais
Usou as sete vidas
E não foi feliz jamais.

Toda a imensidão
Passou pela vida
E foi cair na solidão.

Mais um santo para esculpir é o que lhe vale
Pra evitar que o rancor suas ervas espalhe.

(Djavan)

sábado, 15 de dezembro de 2012

Migalhas


Migalhas,
estou à procura
de
migalhas.

Migalhas
que
sejamafinal,
de
sentimentos
bons
ou
ruins,
mas
que
sejam
sem
dúvida
migalhas!

Não,
que
sejam
afinal
sentimentos
de
migalhas.

Engano,
sejam
essência
como
migalhas
de
sentimentos;
sejam,
finalmente,
acabadas:
"a existência
de
migalhas".

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Qualquer Amor

Só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.

(Guimarães Rosa)

Meu Velho


16 anos de idade
durante a depressão
cheguei em casa bêbado
e todas as minhas roupas -
calções, camisas, meias -
pastas, e páginas de
contos
tinham sido jogadas fora
sobre o gramado da frente e na
rua.


minha mãe estava me
esperando atrás de uma árvore:
"Henry, Henry, não
entre... ele vai
matar você, leu
suas histórias..."


"posso chutar a
bunda dele..."


"Henry, pegue isso
por favor... e
procure um quarto para você."


mas o que o preocupava era
que eu talvez não
terminasse o colegial
então eu voltaria
outra vez.


uma noite ele entrou
com as páginas de
um dos meus contos
(que eu nunca submeti a ele)
e disse, "este é
um grande conto".
eu disse, "o.k."
e ele me alcançou
e eu li.
era uma história sobre
um homem rico
que teve uma briga com
sua esposa e se
foi pela noite
atrás de uma xícara de café
e ficou observando
a garçonete e as colheres
e garfos e o
sal e o pimenteiro
e o letreiro de néon
na janela
foi então que voltou
para seu estábulo
para ver e tocar seu
cavalo favorito
que
deu-lhe um coice na cabeça
e o matou.


de alguma maneira
a história em suas mãos
tinha um significado para ele
apesar
de que quando a escrevi
não tinha nenhuma idéia
a respeito do que
tratava.


então eu lhe disse,
"o.k., velho, você pode
ficar com ela".


e ele a pegou
e caiu fora
e fechou a porta.
acho que foi
o mais próximo
que jamais estivemos.


(Charles Bukowski)

sábado, 1 de dezembro de 2012

O espaço do tempo


Estão lá;
as crises enfileiradas
na prateleira
em ordem
de mortalidade
aguardando
o descuido
matinal
de
insanidade.

O espaço
entre
o tempo;

O momento
objetante
do instante.



sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Trecho Dom Quixote

 
Sonhar o sonho impossível,
Sofrer a angústia implacável,
Pisar onde os bravos não ousam,
Reparar o mal irreparável,
Amar um amor casto à distância,
Enfrentar o inimigo invencível,
Tentar quando as forças se esvaem,
Alcançar a estrela inatingível:
Essa é a minha busca. 
 
(Miguel de Cervantes)
 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Canto das Estrelas


Tão belas, tão belas...
me sinto no universo
e não nesse reverso
a terra;
me sinto lá com elas
tão belas, tão belas.

O infinito pariu
cada uma de vós
do ventre dos sonhadores
em busca de amores
e da amada, distante
que já partiu.

Na prosa, me despindo
devorando meia taça de vinho;
estrelas me diziam:
"Amar, em primeira e última instância,
é a única salvação do indivíduo
endividado com o destino".
Que provocação a se fazer por elas;
tão belas.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Meu Guarda-Chuva


O céu já dizia
que por mais
tardio
que fosse
à todos
molharia;

acontece
que não
demorou,
as primeiras
gotas
de manhã
já molhou
e apenas
um
guarda-chuva
no meio
de dois
ficou.

em meio
ao vai e vém
do pobre
objeto,
os dois
sentaram
e prosearam;

o clarão
dos relâmpagos
assustava,
a hora
passava
e o ônibus
nem esperava,
por mais tempo
ele ali
ficava; (sem se importar)

mas a hora,
como tudo
na vida,
chegou
e então
caminharam
lado a lado
até
a despedida;

ela
virou-se
e
ao
partir,
o vento
fez-se
rir
destruindo
o guarda-chuva;

naquela tarde
um lindo
crepúsculo
sorriu
do outro lado
do mundo.


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Aurora de Primavera


Deitar-te
sobre um verde
sereno
para
abraçar-te
em meus braços
morenos.

Afagar-te
os cabelos
ao vento
para
felizar-te
apenas
um momento.

Olhar-te
com suspiros
plenos
para
contentar-te
em sentimentos
amenos.

Amar-te
sem mais
medos
para
descobrir-te
todos
segredos.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Banal


Tenho medo
de querer
algo que
não se deve
querer;

pois quando
eu quero
até
o padre
curva
a chuva
para
o sol
se esconde
a lua
clara;

a vida acha uma graça,
mas logo passa...

depois
fico
meio
assim,
sem saber
de nada,
pensando
sentado
na
privada.


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Esqueleto do Amor


Sonhei
e lá de cima
do infinito
ouviu;

despencou
da montanha
do universo
e caiu;

um anjo
sem asas
na esquina
surgiu;

uma flexa
no meu
coração
feriu;

devolvi
retruquei
lancei
sorriu.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Caveira na Estante


Sete mil vítimas
das sete mil
doses
de
pôr do sol
primaveril
que ostentaram
algo mais
que o sonho
indiferente
no gole de chá
de camomila
às sete da manhã
de um domingo
doloroso
que dizia
ao vento:
"as faces
do destino
são distintas,
parecem
interessantes
e o são,
mas são antes,
ilusão".

a caveira na estante
observara
sem
dizer
absolutamente
nada;

parecia-me
a morte
suplicando
ao divino
por apenas
uma dose
daquelas
sete mil vitimas
vitimadas
pelo
pôr do sol
primaveril
que ostentava(...)
ilusão".



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Porcos de Guerra

 
Generais reunidos em suas massas
Como bruxas numa massa negra
Mentes diabólicas que tramam destruição
Feiticeiros de criação de morte
Nos campos os corpos queimando
Enquanto a máquina de guerra continua agindo
Morte e ódio à humanidade
Envenenando suas mentes com lavagem cerebral
Oh, Senhor yeah!

Políticos se escondem
Eles apenas iniciaram a guerra
Por que eles deveriam sair para lutar?
Eles deixam isso para pobres, yeah!

O tempo vai mostrar a força nas suas mentes
Fazendo guerra só por diversão
Tratando as pessoas como peões de xadrez
Espere até que dia do julgamento deles chegue, yeah!

Agora na escuridão, o mundo para de girar
Cinzas onde os corpos deles queimavam
Sem mais porcos de guerra no poder
A mão de Deus marcou a hora
Dia do Julgamento, Deus está chamando
Ajoelhados, os porcos de guerra estão rastejando
Implorando perdão por seus pecados
Satã, gargalhando, expande suas asas
Oh, Senhor yeah!
 
(Butler/ Iommi/ Ward/ Osbourne)

domingo, 7 de outubro de 2012

Ponte

                                                     

                                               Vê se me tira!

Vê se me tira daqui!                                                          Vê, vê se me atira!

                                               Vê se me atira

                                                     
                                                      aqui.

Vê se me sente!












                                          Vê se me sente assim!

Sente assim?                                                                                      Vê?

                                   Vê se sente, me atira e tira daqui!